domingo, 28 de agosto de 2011

Sombras da Noite



No meio da noite
Sombras flutuam
Lépidas, insinuantes
Em cada canto escuro
Em cada corredor vazio.
Estarei sonhando?

Estranha impressão
Me persegue.
Como se olhares agudos
Atravessando os limites
Da noite
Fitassem a minha nuca
Em intenção oculta.

Faço sinal da cruz
Desconjuro o suor
Da fronte.
Mas, ao menor cochilo
Ao mais tênue vacilo
As Faces da noite
Em sorrateiro esgar
Assombram-me,
Consomem meus brios.

A noite não prospera
Presa em dois lapsos de tempo
Rostos voláteis invadem
Minha mais recôndita
Memória.
O dia não é uma promessa
E nenhum raio de luz
Vem lançar sobre
Minha angustias
Seu brilho indulgente.
A noite não finda
Sou um prisioneiro eterno
Do meu mais cruel
Pesadelo.

João Drummond







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